Época de Natal
Por: Fernando Marin
Gosto da época do Natal, é um tempo em que os amigos
aparecem, nem que seja para apenas dizer ‘feliz Natal’, parentes telefonam,
famílias se unem para a ceia, um tempo feliz.
As ruas se enfeitam, se enchem de gente, os shoppings disputam
quem faz a mais bonita (e cara) decoração natalina, muitos conseguem trabalho,
mesmo que temporário, os comerciantes lucram, as pessoas recebem um salário a
mais, enfim, é também época de fartura para a maioria.
Tempo também de férias, viagens, folga no trabalho, dias
ensolarados e quentes que convidam à praia, à vida ao ar livre, a aproveitarmos
o tempo de maneira diferente da usual.
Natal também é ocasião de muitas celebrações, no trabalho há
as confraternizações, as ceias em família com todos aqueles pratos
tradicionais, doces, frutas, enfim, fartura também em termos alimentares.
Mas, afinal, qual é a real motivação da celebração do Natal?
Hoje, com tantas ocupações e correrias não me espantaria se
perguntasse a alguém na rua o que é o Natal e a pessoa não soubesse responder.
Essa data acabou por se transformar em comercial, perdeu a sua conotação de
celebração do nascimento de Jesus, o Filho de Deus que veio à terra, como
homem, para morrer por todos nós naquela cruz.
As próprias igrejas locais hoje não costumam dar a
importância devida à data escolhida para celebrarmos o nascimento do Cristo,
envolvidas como estão em tantas ocupações e problemas que nos ocorrem a todos ,essa
data acaba tendo uma importância relativa, celebrada com uma cantata ou, no máximo, com um jantar ou almoço entre seus
membros.
Esse fato me faz lembrar de um texto bíblico, bastante
conhecido, onde o próprio Jesus dá um recado direto falando da mornidão
espiritual e faz uma chamada ao arrependimento e à recuperação espiritual de
seu povo.
Falo do livro de Apocalipse, no capítulo 3, versos 14 a 22,
onde Jesus diz à igreja em Laodicéia que ela era morna, e que Ele sentia
vontade de vomitá-la de Sua boca.
A igreja em Laodicéia é citada no Apocalipse e
na carta de Paulo aos colossenses (4:13-16). As cidades de Laodicéia, Colossos
e Hierápolis ficavam no vale do rio Lico. Laodicéia situava-se no local da
cidade moderna de Denizli, Turquia, no cruzamento de estradas principais da
Ásia Menor. Antigamente, a água da cidade vinha via aquedutos das fontes
termais ao sul da cidade. Até chegar em Laodicéia, a água ficava morna. A
qualidade dela não era boa, e a cidade ganhou a reputação de ter água não
potável. Ao engolir esta água, muitas pessoas vomitavam.
Outras características de Laodicéia servem como base para a
linguagem desta carta. Foi conhecida como um centro bancário (3:17-18). A
região produzia lã preta (3:18) que era usada para fazer roupas e tapetes , e um tipo de colírio para os olhos (3:19).
Devido à fertilidade do vale em que se encontrava situada, a
cidade tinha abundância de todos os produtos do campo, de modo a ser autossuficiente na produção de alimentos. Possivelmente,
por este motivo ela se tornava indiferente às realidades espirituais, à
semelhança de Sodoma, nos seus tempos.
O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou ao ponto de
não enxergarem os seus problemas. Eles se achavam fortes e independentes, mas
Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. Não havia nenhuma
doutrina errada e nenhum pecado de imoralidade. Jesus não condenou a igreja por
práticas idólatras. Esta igreja, que se achava rica e forte, foi criticada por
seu orgulho e autossuficiência. Exaltou-se, ao invés de se humilhar diante do
Senhor. A sua riqueza era tão expressiva, que a fé em Deus ficava em segundo
plano.
A Igreja de Laodicéia é a única dentre as sete igrejas de
Apocalipse que não recebe nenhum elogio de Jesus. Laodicéia foi uma igreja
doente, indiferente – o que são sintomas imediatos causados pela apostasia. A vida espiritual da igreja era morna,
indefinível, apática, indiferente e nauseante. A igreja era acomodada. O
problema da igreja não era heresia, mas apatia.
A igreja laodicense não se preocupou com o
primordial que é revelar Jesus Cristo ao mundo. Exatamente hoje vemos muitas
igrejas assim, tais quais Laodicéia. Preocupam-se com si mesmas em primeiro
lugar. Preocupam-se com quão pomposos são seus templos, com a estrutura , seus
departamentos ,com quantas congregações terão em alguns anos.
Claro que crescer é importante, desde que o objetivo final
seja adorar a Deus mas não é o que infelizmente temos visto em algumas ocasiões
Assim, o foco em Jesus é perdido de maneira muito sutil. Mornidão, indiferença,
apostasia. Algo ao mesmo tempo evidente e sorrateiro, que quando nos damos
conta, já se infiltrou nos ministérios, igrejas e nas vidas de muitos.
E aí, Jesus profere a sua sentença contra essa igreja: “...
estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” (vs. 18b)”.
E então, nosso Rei e Senhor os chama ao arrependimento, a
adquirirem “Ouro refinado pelo fogo (apesar de terem um
centro bancário) para te enriqueceres”- é uma linguagem metafórica, exortando a
igreja a procurar as verdadeiras riquezas, as espirituais;
A usarem “... vestiduras brancas (apesar de fabricarem
tecidos famosos) para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha
da tua nudez...”, que significam a pureza de espírito e a justiça.
E, principalmente, “... e colírio (apesar de possuírem o
famoso pó frígio que era transformado em colírio) para ungires os teus olhos,
afim de que vejas”, para que a cegueira espiritual daquele povo fosse curada.
Mas, a passagem que mais me impactou nesse texto está no
versículo 20: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e
abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”
E aí cabe a pergunta: será que Jesus está à porta de nossas
igrejas, de nossos lares, de nossas vidas? Se Ele está à porta é porque está do
lado de fora!
Abramos a porta! Das igrejas locais, das nossas casas, dos
nossos corações para que Ele entre e venha a cear conosco!
Esse deve ser o real motivo de celebrarmos o Natal, a
comunhão com aquele que veio a esse mundo, em forma humana, para sofrer e
morrer em nosso lugar.
Que esse Natal seja a ocasião de abrirmos todas as portas
que ainda possam nos separar de Jesus !
Feliz Natal!!
Fernando Marin
Fernando, bela reflexão e esclarecimentos. Devemos sim lembrar do filho do Homem não só nessa época como no ano todo ! Saudação.
ResponderExcluirSim, verdade!
ResponderExcluirAbraço.