Mulher cristã: Marta ou Maria?
Por; Fernando Marin
No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher,
um dia para nos lembrarmos de muitas lutas que as mulheres vem travando com
vistas a conquistas mais que merecidas.
Esse dia tem origens trágicas. No dia 8 de março de 1857, em
uma fábrica de New York, as trabalhadoras deflagraram uma greve, para
reinvindicarem melhores condições de
trabalho e salários. Afinal, a jornada diária era de 16 horas – elas reinvindicavam
‘apenas’ 10 horas diárias. Elas também queriam uma equiparação com os salários
que os homens recebiam, que eram 3 vezes maiores que os delas, além de
condições dignas de trabalho.
Essa greve foi combatida com violência pelos patrões: eles
simplesmente trancaram 130 mulheres tecelãs na fábrica e a queimaram. Em
homenagem a essas lutadoras, em 1975 a ONU oficializou o dia 8 de março como o
Dia Internacional da Mulher.
No Brasil, pode-se dizer que a data de 24 de fevereiro de
1932 é histórica, já que foi nessa data que houve a instituição do voto feminino
– até ali as mulheres nem podiam votar e nem serem votadas.
Aproveito essa data para homenagear a todas as mulheres, em
especial as cristãs, que sempre tiveram papel importante no ministério de Jesus
e na igreja atual. Como eu costumo dizer, o que seria da igreja sem as
mulheres?
É verdade, as mulheres sempre tiveram grande importância no
ministério de Jesus, embora não hajam muitas citações a respeito disso na
Bíblia. Temos que lembrar que naquela época, a sociedade era centrada no homem,
mulheres e crianças sequer eram contadas quando se falavam em números de
pessoas.
Há um texto bíblico em especial que pode nos conduzir a uma
importante reflexão, quando o analisamos à luz de uma hermenêutica atual. É o
de Lucas 10, versos 38 a 42. A passagem nos conta que Jesus viajava, e quando
chegou a um povoado, foi recebido na casa de Marta. Sua irmã, Maria, sentou-se
aos pés do Senhor e ali ficou, ouvindo-O e aprendendo com Ele, enquanto que
Marta se ocupava sozinha de toda a rotina da casa, provavelmente preparando uma
refeição para o Mestre.
Em um certo momento, irritada, Marta se aproxima e pede que
Jesus mande Maria ajuda-la, já que havia muito o que fazer, mas o Mestre , na
sua mansidão habitual, a repreendeu, e disse que Maria tinha escolhido a melhor
parte.
Se trouxermos essa passagem para hoje, certamente teremos
mulheres se identificando tanto com uma quanto com outra. Elas representam dois
tipos de crentes, ambos bastante comprometidas com Jesus, porém com objetivos e
focos diferentes uma da outra.
Voltando ao texto, vemos que ambas tinham tarefas a cumprir,
arrumando a casa, preparando a hospedagem, o jantar, ou seja, assumindo todas
as tarefas inerentes às mulheres da época. Mas, vemos atitudes diferentes nas
duas irmãs, já que , enquanto que Marta cuidava das coisas materiais, Maria se
ocupou com as coisas espirituais , com os ensinos oferecidos por Jesus.
Mesmo quando Marta reclamou a Jesus que ela estava fazendo tudo
sozinha, sabemos que ela O amava, porém demonstrava isso de forma diferente,
oferecendo a Ele uma boa hospedagem e alimentação.
Enquanto Marta se atarefava com seus afazeres domésticos,
Maria aproveitava a presença do próprio Deus em sua casa , escolheu a boa
parte, apesar das tarefas que tinha a cumprir permaneceu aos pés do Mestre
mesmo com as reclamações da irmã.
Quem estava certa, Marta ou Maria?
Resposta difícil, não? Nem tanto: a resposta mais imediata
seria Maria, já que ela deixou tudo de lado para se ocupar apenas em aprender
com Jesus. Já Marta queria que Ele tivesse uma boa estada em sua casa, e se
ocupou com os preparativos necessários.
Trazendo para os dias de hoje, podemos dizer que encontramos
os dois tipos de pessoas no seio da igreja. Vemos muitas pessoas como Marta,
boas, comprometidas com as coisas da igreja, preocupadas com a ornamentação, a
administração, com a música e que se ocupam tanto com essas coisas que não lhes
sobra tempo para buscar mais de Jesus. Usam todo o seu tempo disponível para
ajudar no trabalho da igreja, e não lhes sobra nem um minuto para buscar
comunhão com Ele.
Claro que o serviço das ‘martas’ é importante nas igrejas,
mas se queremos ser bons cristãos temos que estar com Jesus, aprender com Ele,
estar em oração, receber as Suas orientações para podermos melhor
trabalhar para o Reino de Deus.
Sem desmerecer o trabalho das ‘martas’, temos que elogiar a
mentalidade das ‘marias’ , que colocam Jesus acima de todas as coisas nas suas
vidas.
Sim, Marta e Maria amavam Jesus. Cada uma demonstrava este
amor que sentia por Ele de formas diferentes. Enquanto Marta servia procurando
suprir todas as necessidades do Senhor, Maria, corajosamente, O adorava sentando
a Seus pés ouvindo-O e aprendendo com Ele.
E você, mulher cristã, Marta ou Maria?
Minha homenagem às mulheres no seu dia!
Fernando Marin
Parabéns, Fernando! Excelente!!!
ResponderExcluirAustri
ExcluirObrigado.
Abraco!.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirAdoro ler seus textos.
ResponderExcluirMe faz refletir sobre assuntos que aparenta ser tao complicado para se resolver, e em um simples textos acaba deixando esses assuntos bem mais claros.
Boa noite
Parabeens Professor.
Oi Jéssica!
ExcluirQue bom que gosta dos meus textos, fico feliz em saber disso.
Sabe, na verdade tudo é simples, nós é que muitas vezes complicamos demais as coisas.
Obrigado !!